quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

De Viagens, Grana e Malucxs de Estrada.

Muitas pessoas reclamam que gostariam de viajar, mas que não tem dinheiro. Não sou expert no assunto, mas também fui afligido por essa febre coletiva de querer 'viajar o mundo' — que sabemos ser mais uma estratégia comercial para nos empurrar pacotes de viagem, livros e etc.

Apesar do oportunismo, viajar é preciso. Porque nos enriquece como pessoas, muda a forma como vemos o mundo e vemos a nós mesmos. Porém viajar também tem o potencial para deixar um rombo imenso em sua vida financeira, principalmente se você pega a estrada para  seguir seus sonhos, sem nenhuma expectativa realista na cabeça. Não vai ser só postar fotinha bonita no facebook e ter experiências maravilhosas o resto do tempo.

Mas é possível, sim, cortar custos e viajar por mais tempo ou pagando menos. E esses serviços podem ajudar:

Funciona como uma rede social, permitindo que pessoas possam encontrar um lugar para ficar, mostrar que tem uma lugar livre se alguém quiser ficar na casa delas, encontrar algum local para dar uma volta pela cidade e tomar um café, e encontrar amigos de viagem. O lema do CouchSurfing é "não existem estranhos, somente amigos que você ainda não conheceu". E essa é ideia por trás do projeto: colocar pessoas em contato.
Uma das primeiras preocupações com esse tipo de contato com estranhos que surge é a segurança. Para resolver esse problema o site usa um sistema de reputação parecido com o usado em sites como o Mercado Livre.

Assim você tem a experiência de várias pessoas para decidir se quer ficar na casa de alguém, hospedar ou encontrar a pessoa. E saber que não vai hospedar ou ficar na casa de um completo maluco (embora isso possa render uma bela história).
Antes de fazer uma viagem mais longa e complicada é interessante conhecer e ser conhecido pelos CouchSurfers que moram perto de você. Cidades maiores costumam ter eventos quase todo dia.


Sigla para 'World Wide Opportunities in Organic Farming', algo como Oportunidades de Trabalho em Fazendas de Orgânicas pelo Mundo Afora numa tradução livre. Imagine que você queira passar três meses em outro país, mas você simplesmente não nasceu rico e não tem como pagar PIB de um país pequeno pela viagem (que é o que agencias de intercâmbio normalmente cobram).
Além dos custos para chegar lá você ainda tem que para por um lugar para ficar e por comida. Com o WWOOF você resolve o problema de alimentação e estadia. E se você tem inclinações a aprender um pouco sobre agricultura ou já tem afinidade com essa área, fica bem mais fácil. Nesses programas você troca horas de trabalho pela por um local para dormir e alimentação. Além de aprender mais sobre o cultivo orgânico de alimentos e saber como produtores rurais vivem em outro país.


O WorkAway tem uma filosofia parecida com a do WWOOF, mas não se limitam ao cultivo orgânico. Eles disponibilizam várias formas de voluntariado, de jardinagem na Austrália à ajudar tomar conta de um safári em Zâmbia.
Ambos os serviços possuem taxa de inscrição, mas o valor é irrisório quando comparado ao que agências de viagem tradicionais cobram. (entre 20 e 40 dólares para poder usar o serviço por um ano)


Acredito não ser exagero dizer que o mochileiros.com é o recurso mais completo em língua portuguesa para viajantes, mochileiros e quem quer se tornar um. O fórum tem tópicos sobre qualquer destino, como chegar, onde ficar, o que fazer e mais informações ainda. Independente do seu orçamento e estilo de viagem, há uma grande chance de que alguém já fez essa viagem em condições muito parecida e postou alguma dica útil no fórum.

Para quem prefere alugar e pagar um lugar para ficar, é possível encontrar preços melhores no Airbnb do que em hotéis convencionais. Por experiência pessoal, o serviço é muito interessante, e assim como CouchSurfing cria oportunidades para conhecer muitas interessantes!



E para os realmente fortes de coração, é possível viajar sem grana. E ir se virando no meio do caminho. Mas não é para qualquer um. Em geral você pode esperar um conforto proporcional a quanto dinheiro tem para investir na sua viagem. E como o autor de O Pequeno Príncipe disse: "A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído. A perfeição é alcançada quando não há mais nada a ser retirado."

E essa, entre outras, é a arte do pessoal que viaja Brasil afora vendendo artesanato. Se acostumam a viver com pouco conforto material em busca de outras experiências, e uma delas é a de se mover entre fronteiras como se não significassem nada. E se pararmos para pensar não significam mesmo. Mas voltando ao assunto, não eles não fazem isso só 'para viajar', é filosofia de vida. O documentário abaixo captura parte dos costumes e hábito do pessoal que vive na estrada:



E só para fechar, quando vejo isso:

Se mimimimi de graça, mimimimimimimimi. 


Penso que querem dizer "viajar com todo conforto que se tem em casa, e sem ter que trabalhar por ele como normalmente se faz a maior parte do ano", o que é tolice. A menos que você seja um político, mega-empresário, sheik árabe, e nesse caso não teria porque estar lendo isso aqui.


PS.: Espero não demorar mais seis meses para escrever o próximo post. Indepente do assunto. Essa bagunça aqui não tem tema mesmo. Que se fuck.